domingo, maio 21, 2006

AGUAS CRISTALINAS


Oscar Portela

Um murmúrio de cristalinas águas
Ouço sob meu coração: sob mim
Coração de criança e príncipe dos
verdes prados que percorria
em meu cavalo branco com o qual
Atravessava os sonhos
Dos céus mais turvos
Ou dos desejos mais azuis
Além, na herança perdida
A verdadeira pátria que às vezes volta
A gemer em mim
Já destronado, e morto meu cavalo,
Mas, as águas puras, cristalinas
soam em meus ouvidos e meus cantos
arremessados agora pelo anjo
que de longe, me diz, continua
o elogio de vida, a ponte
que conduz desta porta estreita
às do amplo céu que sulcava
certa vez e já comigo
mesmo que eu o ignore. Isso me diz
Zoe, e apesar das folhas de outono,
Eu continuo.

Corrientes - julho de 2003
(a Zoe Arroyo)

Um comentário:

Vera Laporta disse...

AGUAS CRISTALINAS
Original de Oscar Portela

Un murmullo de cristalinas águas
oigo bajo mi corazón: bajo mi
corazón de niño y príncipe de
las verdes praderas que recorría
en mi caballo blanco, con el
cual atravesaba los sueños
de los cielos mas turbios
o de los deseos más azules,
allá, en la heredad perdida,
la verdadera patria que a veces vuelve
a gemir en mi,
ya destronado, y muerto mi caballo,
pero las aguas puras, cristalinas,
suenan en mis oidos y mis cantos,
arremetidos ahora por el ángel
que lejano, me dicta, continúa
la alabanza de vida, el puente
que conduce de esta puerta estrecha,
a las del amplio cielo que surcaba
alguna vez y va conmigo
aunque yo lo ignore. Eso me dice
Zoe, y a pesar de las hojas del otoño,
yo continuo.

Corrientes, julio de 2003
(a Zoe Arroyo)