sábado, maio 10, 2008

A CILADA

Poema de Oscar Portela.

Homenagem ao filósofo Oscar Del Barco.


Sal em suas lágrimas. Lágrimas de sangue
Tingem de púrpuras sombrias luzes
Seu caminho de morte

O suor e as lágrimas
Circulam pelas veias contraídas
Do solitário aquele a quem a sorte traiçoeira
propicia-lhe agora
seu último golpe

Sobre uma paisagem árida e selvagem
Como o indigno destino da pátria

Que sinistro este céu de caranchos.

Não há civilização nem pátria sem traições
Nem pátria sem crueldade desmesurada

Agora o sabe.

No caminho truncado de sua vida.
Na hora fatal de sua ousadia
Ouve a voz do Cocho que nas sombras
Sussurra silenciosamente em seus ouvidos

Barranca Yaco é Cruz que se repete
Na sinistra traição da cilada
Que estendemos a nós mesmos

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