Poema de Oscar Portela
A Vera Luz Laporta
E os altos pinheiros como altos amores
O mais longínquo bosque de abedul
Aonde se ocultam os mais intensos astros
E as raízes mais profundas enterradas
Nos fanais mais secretos e doces.
De que falas pois senão de nossa
Finitude, do amor e a morte?
Das folhas que caem no outono,
Dos Ocres que vestem a terra
E do corpo desnudo do mortal
-sua nudez magnífica de Adão -
Anjo caído espreitado por sombras
E sinistras derivas
De que falar senão daquelas
Que se avizinham e da Arca de Ouro
Do amor à terra e as raízes ocultas
Na origem da memória e a linguagem?
De que falar pois?
Corrientes, 24 de maio de 2008
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